sexta-feira, 21 de abril de 2017

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor


     José Jorge Letria nasceu em Cascais em 1951. 
     Estudou
Direito e História e é pós-graduado em Jornalismo Internacional. Com dezenas de livros publicados em diversas áreas, foi distinguido com importantes prémios literários nacionais e internacionais. É um dos mais destacados nomes da literatura infanto-juvenil em Portugal e autor de programas de rádio e televisão. Está traduzido em várias línguas. 
      Integrou
, com José Afonso, Adriano e Manuel Freire, entre outros, o movimento da canção de resistência, tendo sido agraciado em 1997 com a Ordem da Liberdade. 
Foi, durante oito anos, vereador da Cultura da Câmara de Cascais. É, desde Janeiro de 2011, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. 
     É
coautor, com José Fanha, de várias antologias de poesia portuguesa.


     
       Luísa Ducla Soares nasceu em Lisboa a 20 de julho de 1939. É licenciada em Filologia Germânica pela Universidade Clássica de Lisboa. Iniciou a sua atividade profissional como tradutora, consultora literária e jornalista, tendo sido diretora da revista de divulgação cultural Vida (1971-2). Colaboradora de diversos jornais e revistas, estreou-se com um livro de poemas, Contrato, em 1970.
      Foi
Adjunta do Gabinete do Ministro da Educação (1976-8).
      Trabalhou
de 1979 a 2009 na Biblioteca Nacional onde iniciou a sua atividade realizando uma bibliografia da literatura para crianças em Portugal. Foi assessora principal desta instituição e responsável pela Área de Informação Bibliográfica. Aí organizou, no centenário de Andersen, uma exposição, acompanhada de catálogo, sobre Andersen em Portugal e diversas exposições.
       Dedicada
especialmente à literatura para crianças e jovens, em prosa bem como em poesia, publicou mais de uma centena de obras neste domínio.
      Muitos
dos seus poemas foram musicados (por Suzana Ralha, Daniel Completo, João Portugal, Óscar Ribeiro e outros compositores) tendo sido editados em diversos CD. Escreveu guiões televisivos sobre língua portuguesa para os mais jovens. É sócia fundadora do Instituto de Apoio à Criança. Realizou todos os sites de Internet da Presidência da República para crianças e jovens no mandato do Presidente Jorge Sampaio. Tem elaborado para o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas e para o Ministério da Educação diversas publicações seletivas da literatura infantil nacional e internacional.
      Junto
de escolas e bibliotecas, desenvolve regularmente ações de incentivo à leitura. Participa frequentemente em colóquios e encontros, apresentando conferências e comunicações sobre a problemática relacionada com os jovens e a leitura e sobre literatura para os mais novos.
      Recusou
, por motivos políticos, o Grande Prémio de Literatura Infantil com que o SNI pretendeu distinguir o seu livro História da Papoila em 1973. Recebeu o Prémio Calouste Gulbenkian para o melhor livro do biénio 1984-5 por Seis histórias às Avessas e foi galardoada com o Grande Prémio Calouste Gulbenkian pelo conjunto da sua obra em 1996. Foi candidata de Portugal ao Prémio Andersen.
      Em
2004, foi escolhida pela Secção Portuguesa do IBBY (International Board on Books for Young People) como candidata ao Prémio Hans Christian Andersen. Em 2009, a Sociedade Portuguesa de Autores distinguiu-a com a sua Medalha de Honra. Em 2010, foi proposta pela DGLB como candidata de Portugal ao Prémio Ibero-Americano SM de Literatura Infantil e Juvenil.

                   Pedro Seromenho Rocha, de nacionalidade portuguesa, nasceu sob a constelação de gémeos em 1975, na cidade de Salisbúria (Harare), República do Zimbabué. Com apenas dois anos de idade fixou-se em Tavira e mais tarde em Braga, onde atualmente reside. Embora formado em Economia, Pedro Seromenho dedica-se inteiramente a escrever e a ilustrar livros para várias editoras nacionais e brasileiras. Depois do sucesso do livro "A Nascente de Tinta", o autor regressa agora ao mundo do sonho e da imaginação com "O Reino do Silêncio".




Feira do Livro na Escola Básica António Gedeão


domingo, 9 de abril de 2017

Semana da Leitura & Semana do Agrupamento nas nossas Escolas

A Semana da Leitura 2017, subordinada ao tema “O prazer de ler” decorreu nas Escolas Básicas do 1ºciclo e Jardins de Infância e prolongou-se pela Semana do Agrupamento, levando a todos a magia das palavras,  envoltas em  imagens e  música.

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VÊ AQUI O FILME "Os Robertos da nossa infância"    VÊ AQUI O FILME "Turma da Mónica"


LÊ AQUI O CONTO COMPLETO


Modo de amar
      Eu queria ter um cão, mas a minha mãe diz que os cães fazem muito barulho a ladrar e que, por vezes, mordem. Diz também que se tivermos um cão durante muito tempo ficamos com a cara parecida com o seu focinho. A mim custa-me acreditar, mas é isso que a minha mãe me responde. Nem imagina o quanto fico infeliz, parecido a ter vazios por dentro.
      Eu pedi:
      - E se tivéssemos um gato? Um gato, nem que seja pequeno, para eu brincar.
      E a minha mãe respondeu;
      - Um gato, nunca. Larga pêlo e afia as unhas nos cortinados.
      - Oh, mãe, um gato quase nem precisa de gente, vive sozinho com o seu nariz. E se fosse um peixe? Um coelho? E se fosse um crocodilo bebé? – insisti eu.
      E ela explicou:
     - Os peixes entristecem num aquário e os coelhos trincam-te os dedos. Os crocodilos bebés crescem muito para serem crocodilos adultos capazes de te comerem de uma só vez. Nem pensar. Os bichos todos trincam, meu filho. São um perigo.
     Durante uma noite, a sonhar muito com estas coisas, comecei a ouvir piar. Parecia-me um pintainho, talvez um filhote das galinhas da vizinha. Sempre a sonhar, fui à janela e pensei em acordar. Se acordasse, pediria um pintainho à minha mãe, que não farão mal nenhum, não são violentos, são só bonitos e divertidos, parecem algodões amarelos com olhos e patas minúsculas. Ouvi mais de perto e era mesmo um canto delicado. Um som elaborado que não faz um bicho qualquer. Percebi, tinha de ser um pássaro, um canário que andava no meu sonho a voar.
      Se pudesse acordar, pensei, pedia à minha mãe um canário assim.
     Julgava eu que aquilo era um bicho no sonho quando, acordado já de manhã, o continuava a escutar. E para a escola o caminho todo e durante as classes, e depois no caminho de volta, e durante o dia inteiro, ininterruptamente o pássaro cantava.
     Eu disse:
      - Mãe, acho que fiquei despreocupado da lucidez. Ouço sempre um pássaro cantar. Talvez só me cure se aprender a voar.
     A minha mãe sorriu e eu repeti:
     Quem se vê proibido de amar inventa outra realidade, uma realidade melhor, ainda que seja por fantasia. Vivo na fantasia, mãe.
      Depois, calei-me. Sabia perfeitamente o que acontecera. Tinha um pássaro no coração. Era, assim mesmo, o lugar mais decente para aprisionar um animal de estimação.

                                                                                                                             VALTER HUGO MÃE

A aluna Mafalda Vieira, da turma 2401, da Escola Básica do Bonito, ilustrou assim este conto:




 Ela desenhou um pássaro, tal como dizia o autor, no local mais decente para aprisionarmos um  animal de estimação: o coração.


Também o aluno  Guilherme Simões, da mesma turma, 2401, e da mesma escola, EB do Bonito, resumiu assim o conto que ouviu:

Um menino queria ter vários animais, mas a sua mãe não o deixava, pois dizia-lhe que eram todos perigosos.
Ele foi dormir e sonhou com um pássaro. Quando acordou continuou a ouvir o pássaro. A mãe explicou-lhe que o que ele ouvia era um modo de amar.